DNA RECOMBINANTE, Hemoglobina sintetizada em plantas.

O DNA, que completa 50 anos em 2003, é objeto de pesquisa de diversos cientistas no mundo inteiro, e que tem como objetivo desvendar os mecanismos que regem a vida, através de estudos realizados no interior do núcleo das células, onde se encontra o DNA composto por um conjunto de genes (unidades de informações) que permitem entender como ocorrem as transmissões das características dos pais para os filhos e ainda como funcionam no decorrer do crescimento e desenvolvimento dos seres vivos. Diante destas informações, a mídia veicula descobertas científicas em nome do DNA como cura de doenças, teste de paternidade, entre outros, causando dúvidas nos nossos alunos telespectadores que buscam nos professores os tradutores destas informações. Atualmente com as técnicas de engenharia genética é possível modificar plantas e animais para o benefício humano. No projeto “As Células, o Genoma e você, Professor” desenvolvido no Hemocentro de Ribeirão Preto com o auxílio de profissionais ministrando palestras, são elucidados conceitos úteis, novos e necessários para o desenvolvimento deste papel de tradutor dentro do processo educacional. No repasse de conhecimentos para os alunos e com o objetivo de ilustrar um acontecimento que não consta nos livros didáticos, mas reflete diretamente a dúvida na sociedade um elemento importantíssimo presente no sangue, a “hemoglobina”, tornou-se alvo de indagações após tomarem conhecimento de mais uma reportagem da mídia, através de um recorte de jornal com a matéria, ”Criada planta que produz hemoglobina”, apresentada pela professora. A genética apresentada pela mídia chega até a escola, como vilão ou mocinho. Hemoglobina, proteína fundamental no transporte de gases no organismo é sintetizada em plantas de fumo. Esta alteração genética é benéfica ou maléfica para a humanidade? A solicitação do tema ocorre no momento em que na reportagem ao seu alcance se desencadeia uma viagem curiosa pelo interior célula. Com o auxílio da reportagem da Folha de São Paulo, tem-se como resultado a criatividade que transforma a reportagem intitulada ”Criada a planta que produz hemoglobina” em um jogo de interpretação e raciocínio que esclarece aos alunos conceitos abstratos de forma divertida, funcional e pedagógica.
Na reportagem é descrito na forma de esquema a técnica utilizada: “Para criar uma planta produtora de hemoglobina, os “engenheiros genéticos” franceses procederam do seguinte modo. Em primeiro lugar, eles separaram os genes humanos que fabricam a hemoglobina da cadeia de genes, o DNA. Eles cortaram esse pedaço do DNA com uma “tesoura biológica” chamada enzima (um tipo de proteína). Cada uma
dessas enzimas, as endonucleases de restrição, cortam um pedaço específico do DNA. O cientista também obteve do mesmo modo, um gene com as instruções para produzir um componente da célula de ervilha. Esses dois pedaços de DNA, dois genes, foram colados, formando o DNA recombinante. O gene da ervilha era necessário para fazer que o gene humano “soubesse” se colar ao material genético da planta do fumo. A pesquisadora José Pagnier, uma das autoras da experiência, explica que o gene da ervilha é tido como o mais eficiente nessa tarefa. O problema seguinte era como colocar essa mistura de genes, o DNA recombinante, dentro da planta de fumo. “Esse DNA precisava pegar uma carona biológica para chegar às células do fumo”, explica Pagnier. Os pesquisadores pegaram então o DNA de uma bactéria, chamado plasmídio, que cortaram e no local vazio, coloram o DNA recombinante. Esse plasmídio recombinante - mistura de genes humanos, de ervilha e de bactéria - é colocado dentro de uma outra bactéria, a Agrobacteriumtumefaciens . Ela ataca a planta do fumo, mas não causa doença nela. Essa bactéria é a que dá “carona” aos genes misturados no plasmídio. Os cientistas, então, injetaram a Agrobacterium tumefaciens na planta do fumo. O plasmídio tem a capacidade de se replicar sozinho. Se multiplicando ele multiplica também os genes humanos colados a ele. Dentro da planta do fumo ele sai da Agrobacterium, e se integra ao material genético da planta e a “ensina” a produzir hemoglobina.”

* Reportagem feita pela professora Sandra Maria Figueiredo Ferreira Spagnoli

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