Médicos testam gel com célula-tronco contra vitiligo


Tratamento usa células adultas tiradas do próprio paciente; técnica será avaliada para queimaduras
Um gel feito a partir de células-tronco adultas tiradas dos próprios pacientes é testado há três meses por médicos no Rio como terapia não invasiva para o tratamento de vitiligo no país. O material foi desenvolvido por pesquisadores de um laboratório de Petrópolis (RJ), chamado Excellion.
A empresa também aguarda autorização da comissão de ética do hospital da Força Aérea do Galeão, no Rio, parceiro da unidade, para testar o gel em pacientes com queimaduras de até 2º grau. Espera-se que o material acelere a cicatrização.
De acordo com o pesquisador Radovan Borojevic, 71, professor de ciências biomédicas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o tratamento foi desenvolvido após a publicação de um estudo sobre o uso de placas de células-tronco em 184 pacientes com a doença, na Índia.
O estudo mostrou que não houve efeitos colaterais e que o procedimento obteve bons resultados. No Brasil, o tratamento foi adaptado para gel e também já apresenta resultados satisfatórios, segundo o especialista.
Primeiro pesquisador a manipular células-tronco adultas em processos regenerativos no Brasil, Borojevic disse que a terapia foi testada em dez pacientes até agora, por dois médicos de clínicas particulares do Rio. Uma comissão de ética da Santa Casa do Rio também analisa a implantação dos testes clínicos na unidade.
Receita do gel
Para fazer o gel, o médico coleta, com um bisturi, um fragmento de cerca de 1 cm² da pele do paciente. No laboratório, pesquisadores separam as células-tronco adultas e elaboram o gel com colágeno e ácido hialurônico.
O médico então retira uma camada superficial da pele do paciente e aplica o gel, que deve permanecer na área afetada por dois dias, sem mexer ou molhar o curativo. Isso é feito uma vez por mês.
Cerca de 30 dias após a primeira aplicação do gel numa paciente, a dermatologista Elizabeth Sojka Arraes, que tem uma clínica na Gávea (zona sul), disse que notou uma melhora 40% maior em relação ao tratamento convencional realizado com intervenção clínica e cirúrgica.
'Fiquei surpresa com o resultado. A área que foi manipulada apresentou vermelhidão, que é o começo da pigmentação. O objetivo é que a pele fique uniforme.'
Borojevic afirma que o procedimento deve ser apresentado no primeiro semestre de 2012 ao Conselho Federal de Medicina para ser formalmente autorizado e aprovado. Ainda é preciso acompanhar os resultados por pelo menos nove meses.

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