RNA também influencia hereditariedade, diz estudo:

O DNA enovelado nos cromossomos que recebemos de nossos pais é responsável por todas as nossas características, certo? Nem sempre. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Nice, na França uma descoberta que pode mandar Gregor Mendel e suas ervilhas às favas e que deve demandar retoques nos livros escolares de biologia.
O estudo com camundongos, liderado por Minoo Rassoulzadegan e publicado na revista “Nature”, constatou que um traço físico dos roedores foi transmitido para seus filhotes pelo RNA (ácido ribonocléico), e não pelo DNA do genoma.
Ao cruzar roedores com cauda branca e, portanto, com um gene responsável pela expressão dessa característica, com animais de coloração comum, os cientistas viram, espantados, que a maioria dos filhotes nasceu com a cauda branca, mas sem esse gene.
O resultado se repetiu nas gerações seguintes. “É como se os indivíduos nascessem apenas com a “lembrança” do gene”, afirma Paul Soloway, da Universidade de Cornell, em Nova York, que comentou o estudo na “Nature”.
Essa “lembrança genética” é conhecida como permutação, fenômeno identificado há 50 anos em plantas como milho, petúnia e boca-de-leão, e em que as “ordens” inscritas em um gene são transmitidas para a próxima geração, mesmo na sua ausência.
Mas, se o gene estava ausente, quem estava fazendo o seu papel? Ao analisarem os espermatozoides e os óvulos dos roedores com cauda branca, os cientistas detectaram uma quantidade inesperada de RNA mensageiro-responsável pela transcrição do DNA.
Para testar se a mudança na aparência dos animais vinha mesmo daí, eles injetaram pequenas moléculas de RNA encontradas nos espermatozoides em um embrião de camundongo com genes normais. Resultado: metade dos filhotes nasceu com cauda branca, apesar de possuírem genes normais. Como o RNA faz isso ainda é um mistério.


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